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sábado, 30 de novembro de 2013

A Seleção Quebradeira - Maior que a Brasileira


Estamos todos nas lutas do dia-a-dia!

E as coisas acontecem, cada qual a sua maneira e gera frutos. Um iniciativa incentiva e incuba a outra e assim as coisas vão se multiplicando e tomando conta.

Agora os dominadores da mídia, estão sacando que a periferia é o forte em organização, determinação e companheirismo.

Enquanto as grandes emissoras se submetem ao sensacionalismo atrás do IBOPE, mostrando apenas tragédias, chacinas, desastres e uma querendo derrubar a outra, contando os pobres de seus fundadores ou mantenedores, a quebrada se une e abre sucursais, afiliadas, sub-sede, chamem como melhor convir.TV DOC Capão inspira TV DOC Fundão e gera mais conteúdo pra quebrada.

O fato é, estamos em crescente!

A rede é grande e a cada dia se fortalece!

E com isso incomoda e mostra a cara, traz a tona a realidade que não é mostrada pela grande mídia, seja impressa ou transmitida, elas são a indústria do medo.



Escola de Noticias é um veiculo de formação de jovens, que habitam a região e que tem uma visão diferente do que a mídia mostra. Eles sabem onde e como mostrar as coisas boas da região. Com uma tiragem de aproximadamente 10 mil cópias o Jornal Viver Campo Limpo mostra a verdadeira periferia, com seus pontos de cultura, seus personagens e suas contribuições para uma sociedade melhor.

Que diz que não se pode sair na rua de madrugada, que diz que precisamos ter grades, cercas elétricas, carro blindado, que nos mostra uma periferia em guerra, que aqui só tem bandido e que o inferno é aqui.

Mostramos através da arte, da leitura e de que temos cabeças pensantes, que somos muito mais do que a mídia tradicional mostra, que temos talentos!



E neste ponto, temos vários saraus espalhados por toda cidade e se multiplica cada vez mais, este é um belo exemplo, Patrícia organiza dentro de sua própria casa, na sua cozinha uma vez por mês poetas, músicos e entusiastas, atravessam a cidade e chegam até Guarulhos para abrilhantarem o evento. Com muita poesia o Portas Abertas é hoje um dos saraus mais aconchegantes do Estado, pois recebe amigos, que são também artistas, mais a amizade é maior que o artista. Até mesmo porque a maioria tem outras funções, para se manterem, por isso são artistas. Acompanhem a matéria: Sarau Portas Abertas.




E começamos a tomar espaços na programação e nas páginas de revistas que irão chegar nas mãos dos que poucos que dominam esta cidade e se sentem os donos do pedaço. TV DOC e Escola de Noticias com isto eles saberão que existem jovens que mudarão o modo de se pensar a periferia.

É bom que eles saibam, que estamos nos organizando.

E que nosso time, na verdade, nossa seleção é de altíssimo nível!

Avante Coletivos Borandar!

domingo, 6 de outubro de 2013

Saraus, escritores e afins!

Frente parlamentar do livro quer transformar programa em lei

Deputados vão entregar ao governo um manifesto pedindo para que Plano Nacional do Livro, que foi criado por decreto, vire lei.
Antonio Augusto / Câmara dos Deputados
Audiência pública sobre as políticas públicas para o livro, leitura e biblioteca. Dep. Fátima Bezerra (PT-RN)
Fátima Bezerra, coordenadora da frente: programa precisa ter status de política pública.
A coordenadora da Frente Parlamentar Mista do Livro e Leitura, deputada Fátima Bezerra (PT-RN), vai entregar à ministra da Cultura, Marta Suplicy, um manifesto pelo envio de um projeto de lei ao Congresso sobre o Plano Nacional de Livro e Leitura. As assinaturas foram colhidas durante audiência pública conjunta das comissões de Educação e de Cultura, que teve a participação de representantes de entidades de classe e do governo ligados à leitura.
A deputada afirma que o programa é frágil por ter sido criado por decreto em 2011 (Decreto 7.559). "Nós tínhamos que dar e ele o status de política de Estado. Daí a importância de o governo enviar para esta Casa o mais urgente possível um projeto de lei instituindo o Plano Nacional do Livro", disse Fátima Bezerra.
O Plano Nacional de Livro e Leitura visa a democratizar o acesso ao livro, valorizar a leitura e fortalecer a cadeia produtiva do livro.
Fundo setorial
Segundo o secretário executivo do Plano Nacional do Livro, José Castilho Marques Neto, é necessária a criação de um fundo setorial para o setor, além de um instituto próprio que sirva como órgão dirigente para implementar os objetivos do fundo.
"É esse tripé formado pela Lei do Plano Nacional do Livro e da Leitura, pela constituição de um fundo setorial que possa dar sustentabilidade a essa política, e a criação do Instituto Nacional do Livro e Leitura que estamos brigando”, afirmou.
Mercado em baixa
No Brasil, o mercado de livros está em queda. A presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), Sonia Machado Jardim, afirma que, em comparação a 2011, foram vendidos 35 milhões de livros a menos no ano passado, mesmo o preço médio do livro estando hoje 41% abaixo do cobrado em 2004, quando começou a entrar em vigor a isenção fiscal para livrarias (Lei 11.033/04).
Citando pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Karine Gonçalves Pensa, destacou que cada brasileiro lê quatro livros por ano, enquanto os argentinos leem 4,6, e os chilenos, 5,4. O português lê, em média, 8,5 livros por ano. No Brasil, dos quatro livros lidos, 1/3 dos citados é a Bíblia. Outra pesquisa, Retratos da Leitura no Brasil, aponta que 47% dos leitores leram livros exigidos pela escola.
Didáticos
O Brasil tem o maior programa de distribuição de livros didáticos do mundo, que inclui também obras literárias, como destaca Mônica Gardelli Franco, do Ministério da Educação.
"A partir desse ano, a gente já começou a distribuir nas salas de aulas acervos de literatura para o ciclo de alfabetização e a tendência é a gente aumentar o acervo pelo menos para as séries iniciais do ensino fundamental", disse.
O Programa Nacional de Livros Didáticos tem orçamento de R$ 2 bilhões por ano, atendendo a um público de 40 milhões de estudantes de 150 mil escolas.


Reportagem - Luiz Cláudio Canuto
Edição - Janary Júnior

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Prá,çarau Visita


Prá,çarau Visita é um programa dentro do processo e do andamento no nosso Prá,çarau. Com este programa a ideia é visitar os demais coletivos de cultura espalhados pela cidade e participar. Fazendo fotos, filmagens, entrevistas e posteriormente este material ser apresentado no Prá,çarau ás terças-feiras. Durante muito tempo estive apenas ensaiando e desta vez coloquei em prática. Em uma data especial, fui comemorar o aniversário do coletivo dos parceiros Poetas Ambulantes. Capitaneado pela jovem Carol e roda a cidade com os poetas, Bruno, Lu´zJefferson apenas para citar alguns, mas o grupo é bem maior e sempre sendo fotografados pela  Maga das Lentes o grupo leva e distribui poesias e alegrias por todas as regiões desta metrópole. 
 O encontro foi marcado na Galeria Olido, onde os amigos e parceiros da caminhada, de todas as regiões da cidade estavam presentes. O mais dinâmico desta ação é que os coletivos saíram cada qual de seu ponto de partida, uma estação de trem ou metrô, e fazendo aquilo tudo que consolidou o trabalho deste jovem e talentoso grupo, distribuindo poesias dentro do transporte público, rumamos todos para a Galeria. Lá chegando muitos dos convidados á subirem no palco relataram que havia sido a sua primeira vez á recitar desta maneira, no trem, no metrô ou ônibus. Poetas Ambulantes fazendo escola. Achei muito bom o encontro, com muita poesia, várias variáveis e um depoimento que me fez pensar mais uma vez, que o que fazemos é muito mais que cultura, é social!









Um dos meninos, menino mesmo 22 anos (Leonardo Singelo), quem dera eu ter conhecido pessoas assim aos meus 22 anos, mas fico feliz em fazer parte deste time que propaga a cultura para os jovens, ele disse que sua vida mudou no dia em que ligou a TV e viu a reportagem com os Poetas Ambulantes no SPTV. Hoje ele ajuda a organizar um sarau também. Isso nos faz acreditar cada vez  mais na nossa caminhada.
O bolo estava muito bom, geladinho e ficou o tempo inteiro escondido dentro do símbolo dos Poetas, um ônibus feito de madeira, que muito bem representa o coletivo, literalmente. O show da banda Apologia Groove foi muito bom, bem bacana, com muito agito e a galera se jogou na dança. Fiquei sabendo hoje que até dente quebrado teve, mas foi por um bom motivo!

Que venham mais festas como esta!


Vida longa aos Poetas Ambulantes!

domingo, 4 de agosto de 2013

Prá,çarau de domingo, uma realidade!

O Prá,çarau acontece  também aos domingos!



Ainda não consolidado e devidamente difundido, o nosso humilde Prá,çarau vem se adaptando as necessidades de nossos frequentadores. Por sabermos que algumas pessoas tem a dificuldade de comparecer toda terça, optamos por realizar o sarau no terceiro domingo do mês. O que ocorreu no ultimo dia 21 de julho. Desculpem-me pela demora na postagem, tive problemas no uso da tecnologia. 

O sarau aconteceu numa tarde muito fria, concordo que fomos guerreiros em estarmos lá, mas nem era tão frio assim, conseguimos encarar. Tinha acabado de acompanhar uma apresentação do Grupo Tropeiros da Arte, no CEU Capão Redondo, sem falar que tínhamos amanhecido na Festa de 15 Anos de Insistência do Espaço Encena, onde teve teatro, poesia, pirofagia e muita, mais muita mesmo, música essa não pode faltar, do xote ao blues, do funk a forró. Fosse ao vivo ou na discotecagem, teve para todos os gostos.

Pois bem, voltando á praça, percebemos que a cada dia o nosso Prá,çarau recebe mais adeptos, isto é muito estimulador. Pois neste último mês, recebemos muito mais pessoas que os meses anteriores. E a cada edição, mais surpresas, mais estreias e mais diversidade.

Sentimos que pessoas que por vezes frequentam outros saraus, se sentem totalmente á vontade para recitar, ler, tocar ou dançar, quando pisam em nossa praça. Por isso posso parafrasear Sérgio Vaz, dizendo que:

"A praça é uma prece!"  

Nesta tarde fria, começamos com um debate quente. Uma indagação puxada pelo nosso Guitar Hero, Celso Bernuccio, que fez com que parássemos para prestar atenção e compartilhar ideias sobre o assunto. Há três anos atrás, eu acharia descabível esta ação dentro de um sarau, hoje percebo ser essencial. Pois podemos conhecer, além do lado artístico, a pessoa. O ser humano atrás do artista.


Passada a introdução, fomos dando seguimento ao evento. Desta vez o sarau parece ter tido um tempo musical menor que os demais, mas teve, e com grande estilo. Com as ilustres presenças de Bruna Lorenzi e Kátia Paixão, unindo ao nosso músico residente Celso, puxaram um trio de sucesso. Voz, pandeiro e violão é o suficiente para que se entoassem sons nunca dantes ouvidos em nosso sarau. O ritmo escolhido e muito bem executado, pasmem, sem ensaio algum, foi o coco. Bruna por ser fã e apaixonada pelo ritmo, Kátia por fazer parte de dois grupos que levam a cultura para todas as partes, conhece bem o andamento e nosso Guitar Hero é excelente no que faz e basta dar o tom, ele conduz!

As surpresas não acabam por aqui: Anderson é um de nossos novos frequentadores, inclusive uns dos que não conseguem participar as terças, e é um excelente declamador de poesias clássicas. Ele dá voz e vida aos escritos de Drummond e companhia. Grato pela presença e participação!

Riso, mais uma nova participante, salvo engano esta dia foi a sua triunfal primeira participação em nosso Prá,çarau e também, sabe como ninguém dar vida aos poemas. Sem falar que ela foi umas das que mais debateram o nosso tema inicial do sarau. Feliz em recebe-la e espero poder te ver mais vezes.

De estreia em estreia, nosso sarau vai seguindo. E desta vez, Kátia Paixão, leu um poema do livro 
"A Calimba e a Flauta" ela já havia o lido, na terça, mas na praça, foi a sua primeira vez.




Como de costume, Woodyh Oliveira e Diego Gonçalves, dois dos organizadores do sarau. Empunharam cada qual na sua vez o nosso violão e cantaram suas canções. Sendo próprias ou de outras vozes, representam muito bem a arte da cantoria. Sucesso e agradecimentos mil aos dois. Sem eles isto não estaria acontecendo há quase três anos. Obrigado pela parceria e vamos em frente.




Mais fotos:  https://www.facebook.com/rogerio.gonzaga/media_set?set=a.562826533775156.1073741929.100001434441983&type=3

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Há bares que vem para o bem

Há Bares Que Vem Para o Bem!


Noite fria e chuvosa na cidade de São Paulo, na verdade o país todo está neste clima!
Mas na COHAB Adventista, isto não é motivo pra ficar em casa e a caravana da poesia rumou ao Bar do Josafá, Travessa das Carandeiras, 126, local onde acontece o Práçarau em noites adversas.

A concentração começou por volta das 20 horas e fomos chegando aos poucos. Mas sempre com o bom humor e com a certeza que, aquela visita seria geradora de frutos e lembranças mil. Até trançamento de dreads rolou na sala de espera, enquanto se ligavam os equipamentos para darmos inicio ao sarau. Povo unido, aparelhos ligados e cabelo trançado, vamos ao que nos trouxe aqui:

Prá,çarau está no AR!


Com tudo pronto e dada a largada para os poetas desta noite, começamos bem, com Bruna Lorenzi lendo "Embaraço" de Camila Brasil. Este texto já foi lido também pela própria autora em nosso humilde sarau. Quanta honra! 

Eu me empolguei e li logo três do livro do Sarau do Binho: {...} do Massa: "Cachorro Atropelado" do Mauricio Marques e "Elza" de Miró de Muribeca. Foi daí então, que....

Na sequência Fabiano Bitencourt, mandou alguns cordéis, entre eles "Aí se sesse" do Poeta Zé da Luz e replicado e consolidado pela gravação de Lirinha frente ao Cordel do Fogo Encantado. Mas como sempre ele tem na manga alguns mais decorados e alguns ainda para serem declamados. Ele está se preparando para interpretar um texto de nosso parceiro Miró da Muribeca. Que por falar nisso, semana que vem, devo apresentar um curta no próximo Prá,çarau. Boa oportunidade para conhecerem este trabalho de um dos poetas, que inspiraram, (Lirinha) segundo ele próprio em entrevista concedida á Rádio USP, Lirinha tem o Miró como um de seus poetas influenciador de sua arte.


Como o Práçarau é um sarau que deixa o povo á vontade, assim como já havia feito no Prá,çarau de Domingo (21), Kátia Paixão tomou conta do microfone e declamou a poesia escrita por Carla Lopes, "Eu Não Fui Poeta", texto este que também está no Livro Manda Busca de Luan Luando.E também leu "A Arte de Colher" de Leidyla Nascimento. E mais um texto, que não anotei o nome de Leila Echame do Livro Poemas do Encantado. Livro este que também teve um momento histórico, nosso Guitar Hero, Celso Bernuccio leu pela primeira vez no Sarau. E lógico já pensou em musicar! 

Nosso parceiro de organização, músico e poeta Diego Gonçalves, também nos apresentou um texto seu, escrito em 2008. Logo menos teremos este livro em mãos! Por estar muito frio, ele falou pouco!





Diego neste frio falou pouco!







O grande sucesso, "Você é Linda" de Luiz das Carandeiras!





Desta vez Evandro Dumdum com o auxilio de Marlon Campos, tocou um som do Raul pra gente!

Olha o progresso do Prá,çarau, fazendo cada dia mais pessoas a apresentarem seus talentos, escondidos. E mesmo no frio se afloram.

Sucesso total!



Este senhor nos presenteou com músicas de Raul Seixas e algumas coisas do além do além, olha que conheço coisas do fundo do baú, mas ele foi longe!

Depois nos parabenizou pela iniciativa e agradeceu a atenção de todos.

Muito simpático e feliz!

Valeu nossa noite!


Os livros que nos inspiram nas noites de sarau!


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Aniver,çarau no Prá,çarau

Um desavisado chegaria dizendo que o título está escrito de forma errada.
Mas não, está mais do que correto!
Aproveitando o gancho do feriado ser justamente no dia do Prá,çarau e meu aniversário ter sido um dia antes, que também foi uma noite mágica no Clariô, onde aconteceu o lançamento mais esperado de todas as quebradas, o Livro do Sarau do Binho.
Esta terça-feira ficará pra sempre guardado na memória, nunca esquecerei desta noite fria de inverno paulistano, no alto de uma praça na COHAB Adventista!
começamos como sempre, um pouco depois do horário previsto. Mas as pessoas foram se achegando e criamos volume, pessoas que saíram de suas casas, no frio mesmo depois de terem curtido um feriadão.
Só tenho á agradecer! Devo uma vida pra cada um, precisarei morrer e viver muito ainda pra pagar.

O Prá,çarau vai cada vez mais tomando conta e caindo no gosto da galera. A cada edição percebemos mais envolvimento dos poetas, dos músicos e isso mostra que fazemos um trabalho bacana. Sejam todos parte desta construção e que iremos avante e sempre!
Neste feriado, aproveitei e convoquei os parceiros para comemorar meus 38 anos, que completei na segunda dia 08, e para minha surpresa, o povo veio! Luciano Alves e Luciano Vida, músico e poeta desde o inicio de nosso humilde sarau, estiverem presentes. Woodyh e Diego Gonçalves, os caras, que só mesmo com eles ao meu lado é possível darmos continuidade ao projeto, obrigado! O Grupo Candearte veio completo para fazerem uma apresentação especial, nossa, isso não tem nem como agradecer.
Kátia Paixão, Vitória Paixão, Alexandre Matos, Ingryd Sena, Marcos Sllash, Maria Clara, Pedro Lucas, Ronaldo Luiz, Sheila Signário, Luan Luando, a pequena Yasmin e o mestre Geraldo Magela.

Yasmin, Kátia, Ingryd e Alessandra.
A Rainha Alessandra Leite contando suas histórias, grande parceiro Gunnar Vargas nos presenteou com suas composições e sua presença. Fabiano Bitencourt e seu cordel, cultura nordestina muito bem representada. Daniel Alternativa Arte e sua voz potente e suas rimas, obrigado mais uma vez!
Luan Luando o nosso poeta andarilho, Wagner Douglas nosso músico e poeta residente.
Swammy e Hammy os irmãos camaradas e talentosos estiveram conosco nesta noite inesquecível e mágica.


A noite continua e seguimos com belas apresentações, Americano Fiduhenrique é nosso parceiro e sempre presente, Bruno Marselha e Alex Jardim vieram de longe e participaram também de nossa festa.
Pow Literarua e Nega Sandra fizeram um dueto, voz e pandeiro, acompanhados pelos presentes da noite, cantaram o sucesso "Nega Sinhá"
Nega Sandra e Pow.


Pow e Aline Rocha, vieram de longe, á pé, respeito pela caminhada! Aline fez sua estréia no ´Prá,çarau, obrigado pela presença, parceria e participação.

Wladimir nosso correspondente esportivo da COHAB esteve presente com a família e leu seus escritos, estava também comemorando o aniversário de sua filha e escolheu o sarau para reunir a família. Sucesso!!!






Era não apenas o meu e tão somente meu aniversário, no domingo dia 07, Iolanda Farias, também completou mais um ano de vida, ela não esconde de ninguém que é um dia mais experiente do que eu.
Parabéns pelo seu dia e muito obrigado mais uma vez pela surpresa, que com certeza tem a ajuda do Woodyh e mais alguns.

 Bolo e refrigerante, Daniel e Luan também me presentearam com um bolo. Olha que progresso? Dois bolos!! Obrigado á todos!  Thânia Rocha representando o Encena me presenteou também com um mimo muito gostoso. Tula Pillar, fez também sua primeira aparição, diretamente da FLIP 2013, veio direto pro Práçarau e me trouxe uma foto de um projeto que está desenvolvendo. Grato pelo brinde!


Cantamos parabéns, come os bolo e tomamos refri!

Muito obrigado á todos!

GRUPO CANDEARTE FEZ UM BELA CIRANDA.





segunda-feira, 8 de julho de 2013

Projeto Viela Viva será lançado no Campo Limpo



 "Se essa rua fosse minha. Eu mandava. Eu mandava ladrilhar. Com pedrinhas.
 Com pedrinhas de brilhante. Só pra ver. Só pra ver meu bem passar."


Viela que liga rua Martinho Vaz de Barros a  Estrada do Campo Limpo, Zona Sul,  vive o eterno problema do lixo.

Está carcomida pelo abandono e pede uma nova realidade.

Embalados por uma cantiga popular,  crianças e artistas da região vão soltar a criatividade na pequena rua.

A viela de passagem (próximo ao Largo do Campo Limpo) será revitalizada  com grafite, livros, saraus e exposição fotográfica.

Para os irmãos  Ana e João, 6 e 8 anos, a prefeitura poderia  consultar os moradores antes de pintar a cidade.





 Acham o cinza, cor oficial, muito feio. Preferem verde, rosa e azul.






Simão Pedro, secretário Municipal de Serviços



,  foi convidado (27 de junho) a pôr a mão na massa para ver  na prática como é simples e barato deixar  a cidade mais bonita  quando  a população exerce a cidadania.
      O projeto  "Viela Viva"  acontece no dia 19 de julho, sexta -feira, a partir das 9 horas.


 Para os grafiteiros Rafael e Harã , grafite é estilo de vida e ajuda  a combater o estresse. Deixaram muito bonita um  uma parede desabada pela feiúra no Jardim Macedônia.
    Eles também vão colaborar  com sua arte  na recuperação da viela .

                   A Subprefeitura do Campo Limpo participa.
                                       Devanir Amâncio

terça-feira, 2 de julho de 2013

Prá,çarau em dois de julho

 Nesta noite fria de inverno, garoa e decoro.
Prá,çarau foi muito dinâmico, poético e interessante. Parecia que seria mais uma noite pífia e sem novidades. Mas as surpresas da vida nos mostra que nem tudo é frio. O aconchego dos parceiros que comparecem mesmo em condições adversas, nos aquece e nos faz acreditar cada vez mais, que vale a pena! 



 Fomos chegando aos poucos, a praça estava fria e vazia, choveu bastante ontem e restou a lama. O bar estava fechado e nossos equipamentos ficam lá dentro, portanto estávamos prestes á fazer um sarau acústico e assim foi. Começamos conversando sobre coisas da vida e foi quando nosso  Cordelista, sacou de seu bolso um texto Fernando Pessoa, intitulado Tabacaria e daí então começou uma deliciosa viagem de pensamentos e reflexões. A cada paragrafo uma nova realidade, uma nova história, que gerava uma nova perspectiva e interpretações. Um grupo reduzido, na porta de um bar, lendo e discutindo Fernando Pessoa? Existe?

Sim. Existe este lugar. E fica na Cohab Adventista, Capão Redondo. Que outrora figurava nas capas de  jornais sensacionalistas e transmitida ao vivo de um helicóptero, com narrações de estúdio. A galera então, foi se achegando e engrossando o caldo. Como o nosso sarau é muito mais musical, alguns reclamam quando não encontram um microfone, ligado á uma caixa de som, para que este solte a voz e mostre saber cantar, para ser aplaudido. A música é uma arte sublime, sou fã e entusiasta. Defendo que ela nos leva a lugares nunca dantes navegados, mas navegar na poesia é muito prazeroso.

E com esta ferramenta, fomos falando desde poesia, 
passando pela educação, pela forma de como somos criados pela sociedade "capetalista" e nossas ideias foram vagando pelo mundo afora e aí sim o sarau ganhou um rumo bem bacana. Durante este exercício mental, surgiram mais parceiros. Um sarau democrático e aberto, chegam Swammy e seus camaradas, estavam comemorando o aniversário de um deles. Então lançamos o desafio, e fomos surpreendidos. Swammy, nos recita um de seus poemas, ali na hora, sem papel, direto da memória e nos deixou com gostinho de querer mais.
Foi quando numa de suas frases, nos remeteu ao sucesso de nosso amigo, rapper, poeta e arte educador Americano, que na sequência e sem demora, nos declamou sua letra "Olhos Olhos" com a banda Estado C. Que fala mais ou menos a mesma ideia do poema do Swammy. Isso é lindo de se ver, duas pessoas com o mesmo pensamento e juntos no mesmo lugar. Sintonia de ideais.

Aproveitamos e cantamos Parabéns para o parceiro que completava então, seus vinte anos e vem nos prestigiar. Sucesso e vida longa á todos nós.


 As sempre presentes Iolanda e Leuza, que desta vez preferiu não nos dar a graça de sua leitura, mas que já prometeu um texto para semana que vem. Muito obrigado mais uma vez pela presença, força e parceria, mesmo no frio que fazia.
Tivemos uma re-estréia no sarau, com quase três anos de existência, ele voltou Allan e seu cavaco. Mandou uns sambas que foram pedidos pela galera e entoado por Iolanda e nosso poeta  e músico Baby, que manda muito bem tanto na música, como na escrita que semana que vem também teremos seus textos compartilhados.



Nosso poeta, músico e um dos organizadores do Prá,çarau Diego desta vez se limitou a prestigiar estava feliz, pois recebeu alguns livros que o ajudarão na missão de ler, escrever e se deliciar com poetas franceses, principalmente Boudelaire e depois partilhará conosco em nossos saraus e nos seus textos que serão compartilhados pelas redes sociais.


Bom foi assim o nosso Prá,çarau e semana que vem tem mais e espero por você!

Agradecimentos á todos!

Muito grato ficamos e esperamos todos semana que vem e todas as outras terças.

Venha comemorar meus trinta e oito anos.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

A Virada Cultural



A violência na Virada Cultural de São Paulo passou dos limites... O mínimo que a Câmara de São Paulo ou Ministério Público deveria fazer é convocar os envolvidos na realização do evento... para esclarecer isso tudo.


Estive com o vereador José Américo (PT) por algumas vezes no ano passado. Os garis da região central de São Paulo votaram em peso nele. É possível que tenha recebido desses trabalhadores cerca de três mil votos. Certamente não teria voltado à Câmara sem a votação deles. Tudo isso de votos? É! Como? O vereador defendeu a retomada imediata do  PPR - Programa de Participação no Resultados para eles ( as empreiteiras não pagam), inclusão cultural na cidade inteira. 

Infelizmente depois das eleições não responde mais nossos e-mails. Enclausurou-se na Câmara Municipal.

Em  julho passado o alertei em uma reunião com alunos da PUC e garis, entre muitos outros assuntos, sobre o perigo da Virada Cultural se transformar em ambiente propício à violência, consumo de drogas, álcool e prostituição. A forma que é feita hoje colabora para isso. A exclusão da periferia na organização, principalmente. Disse a ele sobre a necessidade de organizar  pequenos eventos culturais nos extremos da cidade, envolver artistas de rua em eventos culturais menores nas escolas municipais, nas comunidades.

Ainda disse  ao vereador e candidato José Américo que o maior desafio de Haddad caso eleito seria o centro de São Paulo, que havia se  transformado em uma grande periferia  sub-humana, sufocado por problemas sociais de todas as ordens. Sugeri que adotassem políticas públicas de resgate ao social como criar abrigos e restaurantes comunitários decentes para a população de rua,  mini - hospitais. A própria Prefeitura administrar. Em tudo ele dizia : "Concordo plenamente."

O Centro, castigado pela pobreza absoluta - com homens, mulheres e crianças abandonadas precisa ser reerguido social, ética e moralmente. Os grandes empreendimentos,  importantes para uma cidade da grandeza de São Paulo não devem simplesmente estar a serviço do quartel de interesses entrelaçados ao poder político, valores e questões que desconsideram o humano.

Os vereadores deveriam ser os responsáveis direto pela revitalização do Centro,  e  por uma cidade mais humana. São  pagos para isso. 

Em nome da revitalização do Centro já se gastou muito dinheiro público. Já se ganhou fortunas.

Mais de dez milhões de reais na República, mais de doze milhões na Praça da Sé, e a Praça Roosevelt?

O mastro da Praça da Bandeira, no Anhangabaú custou quase um milhão de reais - foi construído com defeito. Em uma semana a bandeira  rasga. Obra improvisada . 

O nosso Fernando Haddad estará credenciado a cargos maiores se mandar investigar o mastro da bandeira do Brasil  que balança estraçalhada há mais de um mês em frente ao seu Gabinete.

Os problemas de São Paulo são vultosos. Poderíamos enveredar em assuntos fantasmas. Fantasma  é  moda   em São Paulo há anos. Ninguém quis mexer na história dos garis fantasmas. E os Telecentros  fantasmas  da Prefeitura? ONGs  recebem por serviços como  se trabalhassem nesses equipamentos, mas os Telecentros deixaram de existir há muito tempo. Também alertei o vereador José Américo  sobre isso, em uma reunião que tive com ele, acompanhado de Júlio Navega, do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo (CDMSP), em seu gabinete, em 2012. A assessoria do secretário municipal de Serviços, Simão Pedro,  também foi informada,  em janeiro deste ano.

 A violência na Virada Cultural de São Paulo passou dos limites, até os mendigos ficaram com medo, dezenas deles se esconderam na Baixada do Glicério durante a festa. O mínimo que a Câmara de Vereadores ou Ministério Público deveria fazer é convocar os envolvidos na realização do evento para os devidos esclarecimentos. As festas juninas caseiras e saraus  do Capão Redondo, Zona Sul, são  bem mais organizados.

                                                                         Devanir Amâncio

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Pronunciamento do Adão Mandioqueiro no Dia do Trabalho



Eu me chamo Adão Carlos Barbosa. Nasci em 1971 em Carlos Chagas, Minas Gerais.  
Há mais de trinta anos estou em São Paulo, sempre no Capão Redondo. 

Sou mais conhecido como Adão  Mandioqueiro. Sou filho único. Perdi minha mãe quando tinha 1 ano de idade. Meu pai  morreu logo depois. Estudei até a terceira série, sou bom em matemática. Fui criado pela  minha tia  Alexandrina, ainda viva, moro com ela, só me ensinou coisas boas, respeito ao próximo - sou separado,  pai de três filhos. Tenho um neto. Fui faxineiro, agora vendedor de mandioca. Vendo a 3 reais o quilo. 
Ganho uns 1.600,00 por mês.

           O que mais me assusta em São Paulo é a violência. 

     O que é inflação? Disparada dos preços !? Não sei explicar direito.

           Desejo  felicidades à presidente  Dilma no Dia do Trabalho.

Trabalho desde os 10 anos idade, comecei na feira. Dando pra comer, comprar umas roupas, pagar aluguel, tá bom de mais.  A gente não precisa de muita coisa pra ser feliz. O importante é ter saúde.

Quero que meus filhos estudem. Eu gosto do meu trabalho, mas quero que eles tenham um bom emprego.

Adão Mandioqueiro puxava mandioca em carrinho de mão. Agora comprou um Monza,  serrou ao meio   e transformou o carro em camionete.

Adão diz que  nesta semana venceu, realizou mais um objetivo na vida: conseguiu pagar uma dívida de dois mil e  quinhentos, era isso, mas negociou com o gerente do banco e a dívida foi reduzida para  um mil e quinhentos reais.

                                               Devanir Amâncio

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Campo Limpo e sua Histórias - em Fotos.

A ex-mata virgem que virou cidade será reproduzida para exposição fotográfica pela Subprefeitura do Campo Limpo/Supervisão de Cultura.
 
Entre topos e colinas do Campo Limpo, na zona sul da periferia paulistana, se deu o desenvolvimento. Moradores antigos do bairro dizem que foi tudo muito rápido. O sertão - Capão Redondo, Parque Fernanda e Valo Velho - desbravado pelo trabalho escravo, imigrantes europeus e bem depois, toda a mata descoberta por nordestinos em busca do direito de vida melhor. E os índios ? Sobraram poucos ! Ficaram sem terra.

As fotos que se vê são raridades do UNASP - Centro Universitário Adventista de São Paulo, no Capão Redondo, desde 1915.
 
No Capão Redondo há quem conta histórias dos 'capitães do mato' e até se diz neto, bisneto ou tataraneto ou simplesmente parente de um deles. Fala ter foto para provar. Há ainda quem garanta que, capitão do mato ainda existe em São Paulo - escondido, mas existe, age em silêncio. Binho do sarau do Campo Limpo, todo mundo diz que foi vítima de um capitão do mato, em 2012 . [...]
 
Com o acervo fotográfico, a subprefeitura busca estabelecer uma ponte histórica ligando 1800 aos dias atuais.
Mata virgem, fazendas, plantações de batatas, uvas e abacaxis, parques, praças públicas, monumentos e personagens. Os povoados se reencontrarão, a história se reencontrará . A história do trabalho árduo de um povo, do desenvolvimento, da grandeza da cidade grande.
 
Campo Limpo é grande, Capão Redondo é grande, São Paulo é uma só. Paz !? A cidade pede paz.
Quem tiver uma foto antiga do bairro e quiser colaborar com a formação do acervo poderá levar à Supervisão de Cultura do Campo Limpo onde será reproduzida - na rua Nossa Senhora do Bom Conselho , 59.

Devanir Amâncio

Tá lá um corpo estendido no chão


Nas periferias do país todo, estamos acostumados a ver esta cena.
Um corpo estendido no chão e com a população em volta, curiosos, amigos e familiares. As crianças acabam se deparando com isto no dia-a-dia e acabam crescendo achando isso normal. Os jornalistas, adoram serem os primeiros a chegar, fotografar, filmar, linkar...
E na tela o apresentador fanfarrão chama a atenção e segura o povo, sed...entos por notícias ruins, tragédias e sensacionalismo barato, pois o povo, precisa ter estes assuntos para trocar. Todo mundo vai saber, comentar e perguntar. Isso é igual novela! Todos negam, mas todos assistem e gostam. Correm pra casa pra ver.
Se juntam em frente a TV para debater, mas não conversam sobre as coisas verdadeiramente importantes na vida. Mas é por isso que existem pessoas diferentes neste mundo. Este rapaz esticado neste chão cinza e rodeado de olhares atentos ao seu corpo é um vencedor! Com sua aparência simples de bom moço, amigo, companheiro, excelente músico e professor. Neste momento beijando o chão, sim o chão. O solo sagrado do artista de rua, que não tem IBOPE na grande mídia, que não tem reconhecimento entre as grandes estrelas, não tem alto salário e nem é perseguido por reportares e fotógrafos. Mas ele está ali, matando a curiosidade do povo em volta ao seu corpo esticado na calçada.
Mas esta cena diferentemente do que possa parecer, não é, ou pelos menos não é reportada com a proporção devida, tão corriqueira e casual como se possa imaginar.
Este corpo representa a arte.
E não a arte de prender atenção na mídia com tragédia, com fofoca, com BBequices!
Este corpo faz parte de um espetáculo!
E nós somos os premiados em assisti-lo e conhece-lo.
Pois a TV não mostrou e você que ficou em casa assistindo os mesmos de sempre, perdeu!
E pode até não entender nada, mas este corpo, não está frio, não está jogado, não está abandonado. Os olhos não são de dor, de tristeza, de sofrimento, são olhares de alegria, de admiração e as pequenas mãos, não cobrem o rosto, elas aplaudem!

E faremos igual!

 Parabéns pela apresentação: Alexandre Guarani Kaiowá Matos.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Estado de alerta no Assentamento Milton Santos

Estado de alerta no Assentamento Milton Santos
A nossa luta não acabou.
Recebemos informações de que no dia 21 do mês passado, a Usina Ester entrou no TRF (Tribunal Regional Federal) pedindo o cancelamento da suspensão da liminar de reintegração de posse do Assentamento Milton Santos.
A liminar de reintegração de posse tinha prazo final para o dia 30 janeiro. Mas, após 12 dias em luta, pressionando o governo a assinar o Decreto de Desapropriação por Interesse Social, conseguimos o cancelamento desta reintegração de posse; o que representou uma vitória parcial para as famílias assentadas.
Como esperávamos, porém, a Usina Ester recorreu desta suspensão, e novamente a recurso retorna para o julgamento dos desembargadores.
Nós, assentados,vivemos essa angústia desde junho do ano passado. Por isso sempre reivindicamos que a única medida que resolveria definitivamente o problema é a assinatura do Decreto de Desapropriação por Interesse Social pela presidenta Dilma Rousseff.
Até que o caso seja julgado, continuaremos produzindo alimentos saudáveis e pressionando o governo federal a assinar este decreto. E pedimos para que todos apoiadores, aliados e defensores da causa fiquem, assim como nós, em estado de alerta. Se for necessário, não pensaremos duas vezes para retomar novos processos de luta e enfrentamento.

Fique atualizado sobre as notícias no site www.assentamentomiltonsantos.com.br

quarta-feira, 6 de março de 2013

Quero Limpo o Campo Limpo

Se existisse o pavilhão das periferias em São Paulo para mostrar as coisas esquecidas da cidade, faria sucesso na Copa do Mundo de 2014.

A fotos aéreas de Zenaide Bernardes dos Santos, da assessoria de imprensa da Subprefeitura de Campo Limpo, Zona Sul, estariam entre os destaques.

Ao abrir as gavetas da subprefeitura voaram fotos impressionantes .

As fotos de Zenaide registram o crescimento de uma das mais densas periferias paulistanas - estimada em cerca de 700 mil habitantes - onde a maioria nutre o sonho de um dia ser classe média. O primeiro passo é conquistar a casa própria mesmo se aventurando em áreas de risco.

As fotos mostram detalhes da grande cidade dividida por córregos, rios, becos, vielas e mansões. Um mar de casinhas e casonas - muitas delas costuradas pelos próprios donos. O chapadão inclinado das casas dos emergentes que não gostam de serem chamados de classe "C" revelam o Campo Limpo real.

Chama atenção a necessidade de verde no Capão Redondo. Na foto vê-se o que sobrou da ex - fazenda - Campo Florido, de mistura de traços fortes, que deixaria inquieto Darcy Ribeiro, uma mancha verde, o pequeno Parque Santo Dias, próximo ao Metrô Capão Redondo, espaço de lazer.

O professor Aziz Ab' Saber gostava de andar pelo Capão Redondo. Sempre criticava os critérios políticos de homenagens na Câmara Municipal de São Paulo .

Comentava a falta de criatividade ou bom senso do legislativo que tem dificuldades em até dar nomes a ruas . Dizia que , "Residencial Alvorada Paulistana" seria o nome ideal para a Cohab Adventista de baixo. Não precisava ser Cohab 1 e 2 . O professor se referia ao conjunto habitacional do lado do Parque Santo Dias, muito bonito se visto do alto da rua Domingos Peixoto da Silva com Estrada de Itapecerica.

No extremo do outo lado na entrada do Panamby /Morumbi está o Burle Marx.
 
Dentro do parque público, fiapo da Mata Atlântica urbana em extinção, tem um palacete administrativo, próximo dali um megaempreendimento: a urbanização vertiginosa da favela Paraisópolis.

Na Vila Andrade - o bairro desbravado pelos quase ricos e invadido por pobres desesperados - chama mais a atenção a favela Andrade, no Morro da Lua.

Barracos subumanos estão à sombra de condomínios de luxo .

Uma criança ao ver a foto, perguntou : - "O que é isso?"

No Campo Limpo barracos se contrastam com torres de alta - tensão como se dissessem: precisamos de terra, de casa, enterrem isso para os nossos filhos brincarem.

Também existem pedaços urbanos que provocam suspiros profundos, diferentes das quebradas .

No Parque dos Eucaliptos acontece a realização do grande sonho da "Califórnia brasileira": uma bonita tira verde em formato de mapa de cidadezinha do interior entre prédios e casas planejadas ao lado de duas quadras e uma churrasqueira. É caminho obrigatório de quem mora na periferia profunda para chegar à Vila Andrade.

Um dos orgulhos da favela Paraisópolis, o campo do Palmeirinha, possui grande significado social na solidão urbana.

Zenaide, funcionária pública de carreira dedicada - 'a mulher da foto' - como é conhecida entre pessoas simples da região, organiza para a subprefeitura um rico acervo fotográfico, o que deverá servir de exemplo a outras subprefeituras pobres ou sucateadas da vasta periferia paulistana.

A Mulher da Foto foi convencida a mostrar as suas fotos no antigo lixão do Jardim Marcelo, onde acontecerá no dia 23 de março a Virada do Livro - 24 horas de leitura e livros grátis para o povo. A mesma exposição deverá ser levada a redes escolares .

Quando Fernando Haddad e Antônio Donato verem as fotos de Zenaide ficarão inspirados em levar mais vida ao quase ocioso saguão do Palácio do Anhangabaú.

Em seu largo espaço coisas das periferias da cidade poderiam ser mostradas com frequência.

Nem precisaria dizer que por oito anos o coração do executivo fechou-se à vida dos pobres. Nisso, a São Paulo Turismo (SPTuris) tem sua culpa e responsabilidade. A periferia precisa ser mais lembrada pela SPTuris . Não confundir a observação com empréstimo de som ou palco para festas juninas e carnaval. Não se sabe se SPTuris conhece a Ilha do Bororé, Zona Sul, a paupérrima tribo indígena do Jaraguá, Zona Norte e a Fazenda Biacica na zona leste da capital em Itaquera, 'bairro - capital da Copa', passa da hora a abertura de um Centro de Informação Turística (CIT) decente. Os estrangeiros (jornalistas) e brasileiros curiosos da cidade e outros estados ficam perdidos no bairro.[...]

A Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo (Prodam) está perdendo uma grande oportunidade de se modernizar e disponibilizar em seu site todo acervo fotográfico e registros importantes da Prefeitura e cidade de São Paulo. O e-mail da prefeitura é ruim, lerdo ,envelhecido, como sofrem seus funcionários.

O sistema atual da Prodam tolhe o direito do munícipe à informação pública.

Pura bobagem ou burrice proibir o uso de Facebook e YouTube pelos servidores municipais.

O prefeito Fernando Haddad é um educador inteligente e com certeza vai rever a ditadura da informação .

Há que esteja perguntando: o que tem haver tudo isso com Campo Limpo.

Não vamos esquecer que a cidade tem diferentes tipos de lixo e que o futuro da cidade passa pelos bairros, desprovidos de ferramentas indispensáveis para um 'arco' de renovação profunda. Investir nas condições de trabalho do funcionalismo municipal seria o primeiro passo para mudanças estruturais que a cidade clama. Assunto que deveria interessar principalmente aos vereadores, que também deveriam ser os maiores fiscais da cidade.

Quantas vezes um subprefeito, um chefe de gabinete e um assessor são impedidos de prestarem serviços com eficiência por não terem condições mínimas de trabalho. É a falta de um parafuso em um veículo, um computador fora de linha, o desconforto de uma sala de trabalho. São carências de todas as ordens nas subprefeituras, o que recaem sobre a prestação de serviço à população.

Quanto ao Campo Limpo, assim como em outras subprefeituras, percebe-se a força de vontade dos servidores.

É animador ver o entusiasmo do jovem advogado André Rota Sena, chefe de gabinete de Campo Limpo, querer resgatar o projeto "Minivilas olímpicas para São" Paulo, de Aziz Ab´ Saber(1999), emérito professor da USP, falecido em 2012.

O projeto de Ab' Saber consiste em utilizar áreas degradadas pelo lixo e o abandono para implantar minivilas olímpicas - coisa simples: uma quadra, alguns ranchos, espaço de inclusão digital, biblioteca e salão multiuso.

O secretário Municipal de Serviços, Simão Pedro, tem neste sentido algo parecido, interessante: levar inclusão, internet em praças da periferia.

A ex - prefeita Marta Suplicy assumiu com empolgação o projeto de Aziz Ab' Saber. Construiu no último ano de seu governo em um terreno da COHAB, no Capão Redondo, a primeira de uma série de minivilas olímpicas que seriam construídas pela cidade. Ficou bonita, funcional. No local havia o maior telecentro da Prefeitura. A GCM protegia o equipamento/minivila olímpica 24 horas.

Na gestão Serra - Kassab a Guarda Civil Metropolitana foi retirada do local na primeira semana da nova administração - por pirraça ou vingança - o tráfico dominou a área, roubaram tudo. Assunto documentado pelo jornal Agora. O ex -lixão voltou a ser área de descarte irregular de entulho e galeria de candidato, desde janeiro transformou-se na favelinha da Misericórdia.

No ano passado falei com o vereador José Américo (PT) sobre o projeto minivilas olímpicas . Não sei se ele se lembra.

Resgatar o projeto de minivilas olímpicas de Aziz Ab' Saber é a maior homenagem que se poderia fazer - ao ilustre geógrafo brasileiro que sempre se preocupou com a pobreza - quando completa um ano de sua morte - 16 de março.[...]

O bairro carente de teatro, biblioteca, creche e segurança quer um Campo Limpo digno do seu nome e está em campanha para manter o bairro sem sujeira : "Quero limpo o Campo Limpo ".

As fotos de Zenaide proporcionam uma leitura da cidade.

Devanir Amâncio

Fotos: Zenaide Bernardes dos Santos - Ass. Imprensa Subprefeitura Campo Limpo.Foto/personagem -divulgação