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segunda-feira, 20 de maio de 2013

A Virada Cultural



A violência na Virada Cultural de São Paulo passou dos limites... O mínimo que a Câmara de São Paulo ou Ministério Público deveria fazer é convocar os envolvidos na realização do evento... para esclarecer isso tudo.


Estive com o vereador José Américo (PT) por algumas vezes no ano passado. Os garis da região central de São Paulo votaram em peso nele. É possível que tenha recebido desses trabalhadores cerca de três mil votos. Certamente não teria voltado à Câmara sem a votação deles. Tudo isso de votos? É! Como? O vereador defendeu a retomada imediata do  PPR - Programa de Participação no Resultados para eles ( as empreiteiras não pagam), inclusão cultural na cidade inteira. 

Infelizmente depois das eleições não responde mais nossos e-mails. Enclausurou-se na Câmara Municipal.

Em  julho passado o alertei em uma reunião com alunos da PUC e garis, entre muitos outros assuntos, sobre o perigo da Virada Cultural se transformar em ambiente propício à violência, consumo de drogas, álcool e prostituição. A forma que é feita hoje colabora para isso. A exclusão da periferia na organização, principalmente. Disse a ele sobre a necessidade de organizar  pequenos eventos culturais nos extremos da cidade, envolver artistas de rua em eventos culturais menores nas escolas municipais, nas comunidades.

Ainda disse  ao vereador e candidato José Américo que o maior desafio de Haddad caso eleito seria o centro de São Paulo, que havia se  transformado em uma grande periferia  sub-humana, sufocado por problemas sociais de todas as ordens. Sugeri que adotassem políticas públicas de resgate ao social como criar abrigos e restaurantes comunitários decentes para a população de rua,  mini - hospitais. A própria Prefeitura administrar. Em tudo ele dizia : "Concordo plenamente."

O Centro, castigado pela pobreza absoluta - com homens, mulheres e crianças abandonadas precisa ser reerguido social, ética e moralmente. Os grandes empreendimentos,  importantes para uma cidade da grandeza de São Paulo não devem simplesmente estar a serviço do quartel de interesses entrelaçados ao poder político, valores e questões que desconsideram o humano.

Os vereadores deveriam ser os responsáveis direto pela revitalização do Centro,  e  por uma cidade mais humana. São  pagos para isso. 

Em nome da revitalização do Centro já se gastou muito dinheiro público. Já se ganhou fortunas.

Mais de dez milhões de reais na República, mais de doze milhões na Praça da Sé, e a Praça Roosevelt?

O mastro da Praça da Bandeira, no Anhangabaú custou quase um milhão de reais - foi construído com defeito. Em uma semana a bandeira  rasga. Obra improvisada . 

O nosso Fernando Haddad estará credenciado a cargos maiores se mandar investigar o mastro da bandeira do Brasil  que balança estraçalhada há mais de um mês em frente ao seu Gabinete.

Os problemas de São Paulo são vultosos. Poderíamos enveredar em assuntos fantasmas. Fantasma  é  moda   em São Paulo há anos. Ninguém quis mexer na história dos garis fantasmas. E os Telecentros  fantasmas  da Prefeitura? ONGs  recebem por serviços como  se trabalhassem nesses equipamentos, mas os Telecentros deixaram de existir há muito tempo. Também alertei o vereador José Américo  sobre isso, em uma reunião que tive com ele, acompanhado de Júlio Navega, do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo (CDMSP), em seu gabinete, em 2012. A assessoria do secretário municipal de Serviços, Simão Pedro,  também foi informada,  em janeiro deste ano.

 A violência na Virada Cultural de São Paulo passou dos limites, até os mendigos ficaram com medo, dezenas deles se esconderam na Baixada do Glicério durante a festa. O mínimo que a Câmara de Vereadores ou Ministério Público deveria fazer é convocar os envolvidos na realização do evento para os devidos esclarecimentos. As festas juninas caseiras e saraus  do Capão Redondo, Zona Sul, são  bem mais organizados.

                                                                         Devanir Amâncio

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Pronunciamento do Adão Mandioqueiro no Dia do Trabalho



Eu me chamo Adão Carlos Barbosa. Nasci em 1971 em Carlos Chagas, Minas Gerais.  
Há mais de trinta anos estou em São Paulo, sempre no Capão Redondo. 

Sou mais conhecido como Adão  Mandioqueiro. Sou filho único. Perdi minha mãe quando tinha 1 ano de idade. Meu pai  morreu logo depois. Estudei até a terceira série, sou bom em matemática. Fui criado pela  minha tia  Alexandrina, ainda viva, moro com ela, só me ensinou coisas boas, respeito ao próximo - sou separado,  pai de três filhos. Tenho um neto. Fui faxineiro, agora vendedor de mandioca. Vendo a 3 reais o quilo. 
Ganho uns 1.600,00 por mês.

           O que mais me assusta em São Paulo é a violência. 

     O que é inflação? Disparada dos preços !? Não sei explicar direito.

           Desejo  felicidades à presidente  Dilma no Dia do Trabalho.

Trabalho desde os 10 anos idade, comecei na feira. Dando pra comer, comprar umas roupas, pagar aluguel, tá bom de mais.  A gente não precisa de muita coisa pra ser feliz. O importante é ter saúde.

Quero que meus filhos estudem. Eu gosto do meu trabalho, mas quero que eles tenham um bom emprego.

Adão Mandioqueiro puxava mandioca em carrinho de mão. Agora comprou um Monza,  serrou ao meio   e transformou o carro em camionete.

Adão diz que  nesta semana venceu, realizou mais um objetivo na vida: conseguiu pagar uma dívida de dois mil e  quinhentos, era isso, mas negociou com o gerente do banco e a dívida foi reduzida para  um mil e quinhentos reais.

                                               Devanir Amâncio